Orixá Ori (Origem do ser, está ligado ao òrun e ao mesmo tempo ligado a Terra (ayé), sobrevivendo após a morte para transmutar a morte física para a vida do espírito e desta forma guardando em sua memória as marcas de sua origem.), é uma divindade venerada nas tradições religiosas africanas, especialmente no contexto da religião iorubá e das religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda. Ori é considerado o orixá da cabeça, sendo responsável pela conexão entre o indivíduo e o plano espiritual, além de ser visto como o guardião do destino e da essência única de cada pessoa.
As qualidades de Ori são diversas e profundas, refletindo aspectos essenciais da existência humana. Ele é conhecido por sua sabedoria, pois representa a consciência e a intuição que guiam os indivíduos em suas jornadas. Ori também é associado à pureza, à inocência e à harmonia, incentivando a busca pela verdade interior e pela paz de espírito.
Lendas sobre Ori
são abundantemente encontradas nas tradições iorubás. Uma delas conta que, quando os orixás estavam sendo distribuídos para cumprir suas funções na Terra, Ori se atrasou para chegar à cerimônia. Por esse motivo, não recebeu um dom específico como os outros orixás. Outra lenda conta que para todos os Orixás foi perguntado que se fosse necessário atender uma urgência, eles abandonariam o seu protegido, todos disseram que sim, mas Orixá Ori respondeu que por nada abandonaria seu protegido, o que lhe concedeu importância crucial na vida humana. Foi concedido a Ori o privilégio de ser consultado antes de qualquer decisão importante a ser tomada com relação ao ser que protege, sendo reconhecido como o guia interior de cada pessoa.
Na vida do ser humano, Ori desempenha um papel fundamental. Ele é o centro espiritual que influencia a personalidade, os talentos, os desafios e o destino de cada indivíduo. Através da veneração e do culto a Ori, busca-se fortalecer essa conexão sagrada, buscando orientação, proteção e equilíbrio espiritual. Por meio de rituais, como o bori(é o rito de oferenda à cabeça (ebó ori), que consiste em assentar, sacralizar, reverenciar e ofertar o Orixá Ori,), onde são oferecidos alimentos e preces, honra-se e fortalece-se o vínculo com essa divindade, ou com a simplicidade de um cafuné diário no sentido horário fazendo uma oração e pedindo sorte, antes mesmo de levantar da cama.
Além disso, Ori é invocado em momentos de decisão importante, quando se busca clareza, discernimento e direção. Acredita-se que, ao cultivar um relacionamento consciente com Ori, os indivíduos podem alcançar um maior alinhamento com seu propósito de vida e encontrar o caminho para a realização pessoal e espiritual.
Ori é mais do que apenas um orixá na mitologia iorubá. Ele é a própria essência da individualidade e da conexão espiritual, guiando os seres humanos em sua jornada de autoconhecimento, crescimento e transcendência.
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