Reflexão sobre o arquétipo a Cinderela e o Príncipe
Seus aspectos espirituais e psicológicos
Primeiramente precisamos compreender o que são arquétipos, para então trazer um pouco de compreensão ao nosso grande envolvimento com filmes e novelas que usam esse arquétipo.
Jung dizia que os arquétipos são uma herança psicológica, ou seja, resultam das experiências de milhares de gerações de seres humanos no enfrentamento das situações cotidianas.
As imagens dos arquétipos são encontradas em mitos, lendas, na literatura, nos filmes e até mesmo nos nossos sonhos. Também são utilizados na publicidade. Quando um arquétipo é usado, espera-se que as pessoas associem as características daquele animal, objeto, ou sujeito ao conceito que desejam passar.
Pois bem, recentemente me vi viciada em Doramas, e percebi que milhões de pessoas também estão viciadas , mas como tudo deve nos trazer um ensinamento, percebi que olhar as séries asiáticas me sentia muito tranquila e feliz, que muitos sentimentos adormecidos afloravam e estavam quebrando uma casca , me senti mais alegre e leve.
Não pude deixar passar esse meu comportamento despercebido e eis que analisando me deparo com muitos arquétipos nestas séries, mas a que mais me chamou a atenção é o arquétipo de Príncipe/ Cinderela, comum em todos eles, então entendi que este arquétipo estava despertando em mim o meu lado feminino, pois desde muito cedo fui obrigada a cuidar da minha vida, criar sozinha meus filhos, e como minhas crenças ainda agora não são muito aceitas, me tornei uma loba solitária. Vi nas séries o desejo da proteção e do conforto que poder contar com alguém nos trás, apesar de hoje poder viver muito bem minhas escolhas em estar na minha agradável companhia( hehehe), as séries despertam em mim o meu melhor, ternura, expectativas positivas, claro que as vezes me frusto no final, mas tem valido a pena, pois despertando meu lado feminino (subjugado pela necessidade de ganhar a vida) vi também aflorar a minha criatividade, e o desejo de estar convivendo com outras pessoas, pois também me veio a reflexão de que pelos ensinamentos da espiritualidade nada acontece por acaso, e estamos todos envolvidos em uma grande trama amorosa, criada por Deus para que aprendamos a usar o que de melhor temos.
Entendi também que vemos no outro o melhor ou o pior de nós, o outro espelha em si o mais profundo do meu ser, e então passo a detestá-lo pois me sinto ofendida.
Nestas séries o arquétipo patriarcal é muito forte, porém o arquétipo feminino demonstra em si a sua força, entre a fragilidade física e a grande força emocional, para trilhar seu caminho seja ele num final que esperamos ou não;
De tudo isso tiro que nesta dualidade em que vivemos temos papéis a cumprir, mas para que os aceitemos como devem ser, há necessidade de se aprender antes de tudo a se amar, criar coragem para aceitar nossa sombra, e buscar no outro o que preciso consertar em mim. Já dizia um livro que li há muito tempo que nada é pessoal, os sentimentos que o outro me causa é minha fuga, é melhor culpar o outro que sair da minha zona de conforto.
O arquétipo da cinderela tem a ver com isso tudo, nos colocamos todo o tempo como vitimas das situações, ansiamos todo o tempo por alguém que faça tudo por nós, mas esse socorro não é o príncipe... que também se perdeu da sua energia e da sua força, e em se espelhando na Cinderela passou a refleti-la. E dentro da minha ignorância, entendi... porque me apaixonei por séries asiáticas.
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